12 ✧ LUA VERMELHA
Meus pulmões arderam e cuspi tudo. Cuspi e
voltou. Eu ainda estava debaixo da água gelada. Fogo descia como torpedos
caindo em uma guerra, me toquei que infelizmente estávamos em uma.
Abri os olhos e vi que estava descendo. Não
havia fundo. Plutão era como um enorme oceano somente coberto por uma camada
grossa de gelo, mas depois do ataque todo o gelo foi retirado e todos nós
caímos. Corpos flutuavam e passavam perto de mim, assim como destroços de casas
e construções.
Nadei para cima forçando meus braços a empurrar
a água para baixo e batendo os pés me dando impulso. Precisava respirar. Em
cima de mim luzes dançavam passando por cima da superfície da água. Impulsionei
mais um pouco, acreditando em mim mesmo.
Meus pulmões ardiam e minha mente estava ficando
pesada, seria muito fácil desistir de tudo e afundar, mas eu precisava
sobreviver, precisava fazer isso não por mim, mas por aqueles que estavam
esperando por mim. Austin, Brandon e Chloe.
Cheguei à superfície e respirei tão profundo que
revirei os olhos. Meus pulmões e meu corpo agradeceram. Após me reconstituir de
ar – que não sei até hoje se era ou não oxigênio – que fui perceber o grande
veículo que estava pairando em cima de mim. Era uma nave espacial do tamanho de
um ônibus comum e flutuava no ar. Uma escada branca de madeira com corda caiu
em minha direção. Agarrei-a e subi.
O ônibus flutuou por mais um pouco e levantou
voo. Subi as escadas e abri o compartimento, e entrei.
O interior era todo feito de metal, alguns fios
soltos e muitos computadores e monitores, além de várias luzes. Chloe estava
enrolada em um cobertor toda molhada no canto. Ela sorriu. Olhei mais a frente
e vi Brandon pilotando a nave.
Olhei para o outro lado. Nada.
– Cadê Austin? – perguntei desesperado.
– Não sabemos ainda, estamos procurando –
Brandon disse.
– Não acredito que vocês o deixaram ir! Não
acredito Chloe!
– Eu tenho que me preocupar com ele desse jeito?
– ela disse impaciente.
– Ele não estava sob os seus cuidados? – rebati.
Chloe levantou e largou o cobertor no chão.
– Sim, ele estava sob meus cuidados sim, então é
responsabilidade minha saber onde ele
está. Eu estou preocupada, sim, e não preciso de você para aumentar essa
precaução – ela disse.
– Eu achei que você era mais preocupada com ele.
Percebo o jeito que você o olha – retorqui.
Meu rosto virou para a esquerda ardendo junto
com a mão de Chloe. Coloquei a outra mão em cima da minha bochecha que pegava
fogo, a água gelada deu uma sensação melhor. Chloe havia me dado um tapa na
cara.
Olhei para ela incrédula. Meus olhos cerraram e
todo o ódio que tinha no momento subiu a minha cabeça. Eu quis mata-la, mas não
podia. Eu havia perdido Austin, meu pai, Haro, e tudo isso era exclusivamente
por minha culpa. Lembrei-me do que Brandon tinha dito na sala vazia: “varrer o
universo com suas próprias escolhas”.
Mais uma morte provocada por mim? Eu preferia
evitar.
Virei-me e fui para o outro lado da nave. Chloe
continuou parada com as mãos juntas. Evitei olhar e me sentei. Não havia
cobertor para me secar, somente o silêncio que tive que apreciar sem dizer
nada. Encarei o chão metálico e esperei algo acontecer, nenhum fio se mexeu.
O silêncio e a tensão no ar se tornaram
palpáveis no momento. Chloe me olhava com um olhar estranho, não com raiva, mas
com consciência do que ela tinha feito. Virei o rosto, não queria encará-la.
Eu realmente achava que Chloe e Austin tinham
alguma coisa... E realmente achei que ela deveria estar preocupada, não
enrolada em um cobertor. Ela conhecia Austin a um bom tempo, mais tempo do que
eu e não demonstrava nenhuma aflição por não saber onde ele está.
– Vocês dois já fizeram as pazes? – disse
Brandon.
Ninguém respondeu.
– Parece que estou lidando com dois humanoides
que acabaram de nascer – só a voz dele ecoava na nave. Eu continuava fitando o
chão e Chloe... não queria nem saber de prestar atenção no que ela estava
fazendo.
A nave balançou e rodopiou. Segurei-me a um
computador que estava acima de mim. Brandon apertava vários botões e girava desesperadamente
algo que parecia um volante, porém não como o de um carro.
– Estão nos atacando! – gritou ele.
Chloe e eu levantamos e fomos para o painel de
controle da nave, Brandon estava aflito demais, apertando tudo sem saber o que
aconteceria. A escuridão estava a nossa frente, e usualmente, víamos meteoros
menores passando perto da nave. Os mesmos que atacaram Plutão.
– Acelera! Precisamos sair de órbita – falou
Chloe e no mesmo momento a nave tremeu, algo atingiu-a por baixo, como se
alguém tivesse jogando meteoros em nós
– Precisamos salvar Austin! – disse.
– Peter, para de ser sonso. Austin não está mais
entre nós! Precisamos nos salvar. Aliás, você precisa nos salvar – e em um
instante Chloe estava dependendo de mim novamente.
Fulminei-a com os olhos, mas resolvi não criar
mais intriga. Eu sabia que o tapa que ela havia me dado tinha um peso bem menor
do que ser a sombra de Sky por tanto, tanto tempo.
– E se eu me recusar a te salvar? – rebati e a
nave tremeu novamente. O chão metálico ribombou novamente, alguém estava nos
atacando por baixo mesmo.
– Então, você, eu e o Universo deixamos de
existir – ela respondeu.
Chloe tomou frente da nave empurrando Brandon
fortemente para o chão que senti falta de uma delicadeza feminina. A nave virou
para a esquerda e escapou de um meteoro relativamente grande que passou
raspando.
– Eu sou um fracasso mesmo – choramingou
Brandon.
– Não é não, cala a boca – falou Chloe
concentrada pilotando a nave.
Brandon pôs a mão no cabelo e bagunçou um pouco.
Nervosismo. Perguntei a mim mesmo se criaturas do Universo tinham o mesmo
sentimentalismo que os humanos possuíam ou se eles invejavam tanto a raça que
queriam ser iguais a eles, como Austin que estava virando um humano. Estava.
Talvez tivessem.
Chloe era bipolar, às vezes estressada demais e
às vezes muito prestativa. Sky generosa demais. Deimos possuía inveja demais.
Sol, preocupação com seus filhos aflorava. Algumas estrelas eram uma mistura de
isso tudo. Realmente, a raça humana e os elementos do universo tinham algo em
comum, algo mais forte que nunca será possível separar.
Saímos da órbita de Plutão e Chloe soltou um
grito de alegria como se tivesse completado uma missão muito importante em seu
videogame. Brandon se sentiu aliviado, pois ao menos ela conseguira realizar o
que ele tinha em mente, mas parecia triste ainda, tanto que ficou por um bom
tempo sentado no chão fitando fios e cabos metálicos.
– Brandon, me conte tudo que o seu pai tem haver
com esse lance de Imperador – eu disse me aproximando. Sentei-me ao lado dele e
ele virou-se e olhou fundo nos meus olhos.
– Sabia que você iria me perguntar isso – ele
respondeu.
– E eu sei que você vai responder – Chloe falou.
– Eu não sei muita coisa não, porém irei te
contar o que eu sei...
Ajeitei-me no chão metálico para ouvir ele
dizer.
– Corre desde que eu era criança várias lendas e
contos sobre o Universo, algumas verdades, outras mentira pura, tão mentira que
o Sol poderia pegar gripe – ele fez uma pausa dramática esperando nós rirmos,
mas não aconteceu, então continuou – A pior de todas é a do Imperador.
– Que demora – reclamou Chloe.
Limpei a garganta tentando fazer Chloe perceber
que ela estava atrapalhando e ela fez o mesmo som.
– O Imperador não é nada mais nada menos do que
um nome para o dono de uma galáxia vizinha, do mesmo jeito que o Sol é o dono
daqui.
– Então, o Imperador é como o Sol? – perguntei e
lembrei-me do meu encontro com meu avô. Ele fora legal, então o Imperador
poderia também ser legal.
– Foi isso que eu acabei de dizer – respondeu
olhando para mim com uma expressão esquisita. Percebi rapidamente que havia
feito uma pergunta idiota.
– Mas o que mais preocupa nisso é que o
Imperador é irmão do Sol, e os dois viviam brigando em um passado distante,
você sabe né, ninguém quer que seu irmão more
em seu quarto – Brandon tremeu – Caronte!
– Privacidade – completei.
– Sim – confirmou – Então, eles tiveram uma
briga daquelas e se separaram em distância, porém a galáxia do Imperador não é
nada organizada. Estima-se que há muitas estrelas de formatos estranhos, com
brilhos estranhos, planetas aterrorizantes e astros piores ainda. Todos esses
seres estranhos que já encontramos aqui na Via Láctea ou se refugiaram de
intrusos para cá ou alguém os trouxe em missão.
– E o que isso representa de ameaça? –
perguntei.
– O pior não é isso, o ruim é que a Via Láctea
irá colidir com ele um momento. Será o reencontro do Sol com o Imperador e quem
vencer essa batalha ficará com o novo sistema que será formado. Problemas
familiares são as coisas mais comuns por aqui, acostume-se.
– E quando ocorrerá essa colisão?
– Ninguém sabe. Porém os habitantes em Ceres
relataram que viram o braço espiralado da Galáxia. Meu pai tremeu só de saber,
por isso foi para perto do Sol, para descongelar e tentar mudar-se para outro
local, mas você já fez tudo o que queríamos e um pouco mais né?
Fiquei vermelho. Eu havia destruído Plutão
enquanto eles só queriam virar um planeta telúrico e ter um pedaço de terra em
vez de gelo.
– Eu acho que pensar nisso agora é besteira, há
uma sequência de coisas que irão acontecer antes da colisão, está tudo escrito
– exclamou – codificado – e a animação em sua voz se foi.
Lembrei-me do que Sol havia me dito. Deduzi logo
que essa colisão tinha algo haver comigo, o descendente, porém fiquei calado.
– Mas quem é essa galáxia tão misteriosa? –
finalmente perguntei.
– É
Andrômeda, nossa vizinha de berço – respondeu Chloe.
Brandon
implorou para que pousássemos em Mercúrio. Chloe fez mil e quinhentas contra
argumentações para todo problema que ele arrumou na nave. “Está sem combustível” “Vocês
usam matéria escura como combustível”, “Precisa
de reparos” “Se precisasse, já tinha
se desintegrado há muito tempo”, mas por fim o argumento “Eu quero descer”
venceu.
Ativei novamente o poder da pulseira e agradeci
por ela estar em meu braço. Mercúrio me lembrou imediatamente Austin e sua
louca ideia para nos salvar da prisão que agora nem eu sabia de quem era mais:
Plutão ou do Imperador.
Para falar verdade, toda essa questão do
Imperador me deu um nó enorme na mente. Por que Deimos estava servindo para
ele? Por que ele tinha tanta influência em nossa galáxia? Seria mesmo essa colisão prejudicante para a
Via Láctea? E por que eu estava envolvido também?
– O que viemos fazer aqui? – Chloe perguntou.
– Faltou o “Alteza” – respondeu Brandon na maior
naturalidade e Chloe olhou para ele incrédula.
– Quem você acha que é? – ela disse – Você pode
esquecendo sua antiga posição em Plutão, porque tanto ela, quanto sua terra
natal se foram. Espero que isso fique bem claro.
Encarei-a e achei que ela estava sendo um pouco
grossa com ele. Pigarreei novamente, porém ela não se tocava.
– Brandon, nos explique o que viemos fazer aqui,
por favor? – aprendi com minha mãe que educação não mata ninguém.
Brandon encheu o peito com tanta alegria para
dizer que achei que ele iria gritar comigo, porém sua voz saiu suavemente em um
tom de exaltação e muita festa:
– Eu quero ser diferente. Fazer mudanças. E aqui
será o primeiro local.
Nada havia mudado, o mesmo local com aparência
de deserto ainda continuava no fundo da lista dos Planetas que eu mais gostava.
Ruim para eles.
– O que você pretende fazer? – perguntei quando
estávamos descendo da nave.
– Algo que sempre quis fazer – ele respondeu.
Entramos
na Base que ficamos presos por algumas horas. O sol ainda penetrando nos
corredores e fazendo tudo parecer laranja demais, passamos pela cela que
ficamos e tremi. A sensação de ser preso é péssima, horrível e algo que nunca
vou querer experimentar novamente.
Corríamos com pressa e fazendo muito barulho,
porém ninguém ou nada pareceu se incomodar. Em termos comuns, alguém já teria
aparecido atirando em nós ou nos atacando, mas nada aconteceu.
Brandon virava em um corredor e ia para outro.
Ele passava a mão nas paredes e olhava para cada porta, tentando se
familiarizar com o local.
– Você conhece aqui Brandon? – perguntei
arfando. Estava cansado de correr e correr pelos corredores.
– Vim resolver uns negócios há alguns meses –
disse ele passando a mão em uma porta – Eu só preciso encontrar a sala de
comunicação.
Corremos mais um pouco e Brandon parou. Agradeci
por dentro e percebi que Chloe estava cansada também, ou aparentava. Ela se
encostou à parede e colocou as mãos no joelho jogando sua cabeça e seus cabelos
prata em direção ao chão.
– Eu já volto – disse Brandon colocando sua mão
em um leitor e a porta se abriu.
– Ok – Chloe e eu dissemos.
E sentei no chão esperando Brandon voltar.
– Você está ouvindo isso? – a voz de Chloe ecoou
no corredor pela primeira vez. Eu estava ouvindo um barulho estranho, como o
som que ouvimos quando assopramos no bico de uma garrafa de vidro, e as paredes
vibraram por um momento.
Não respondi.
– Me desculpe – o som da voz de Chloe
interrompeu o silêncio novamente. Passei o tempo todo tentando ignorá-la e
tentando prestar atenção no chão metálico, porém tive que levantar a minha
cabeça.
Olhei para ela. Ela estava coçando a mão com
toda uma delicadeza. Chloe era uma incógnita, alguém difícil de entender, um
astro diferente de todos, com certeza. Não sabia o que responder. Certamente se
Chloe fosse humana entraríamos em guerra e ficaríamos dias, semanas, meses e
talvez anos sem nos falar, porém ela é um astro do Universo e eu por enquanto
só sou um intruso. Preciso mais dela do que ela precisa de mim, mesmo que ela
ache que necessita de mim muito.
– Olha... – comecei a dizer, mas ela me
interrompeu.
– Sério, desculpa por ter dado um tapa na sua
cara. Eu nunca havia feito isso, vi isso dentro da caixa quando conseguimos um
sinal estável com a Terra e esperei séculos para fazer isso com alguém. Não sei
nem o que significa, porém você disse a mesma coisa que o homem disse para a
mulher dentro da caixa que sai imagem – ela disse sem respirar.
– Televisão, você quer dizer – corrigi-a.
– Pode ser.
– O.k.
– Eu sei que estou errada – ela admitiu – Eu não
deveria ter nenhum comportamento sentimentalista, igual vocês – ela balançou as
mãos como se estivesse limpando lixo – Terrestres tem.
– A ofensa começa assim – eu rebati e ri.
Ela também riu.
– Não tinha pensado nisso.
– É muito difícil dizer que você nunca vai
expressar nenhum sentimento, mesmo você sendo um Astro, sabe? – falei –
Querendo ou não, somos feitos disso.
Ela assentiu. Mas sua expressão era de dúvida,
eu conseguia ver em seus olhos que ela estava negando tudo o que eu estava
dizendo, porém estava concordando por uma simples questão do momento: quero
voltar a ser seu amigo e preciso concordar com o que você diz.
– O que você acha que Brandon foi fazer? –
perguntei.
– Não faço a mínima – ela respondeu
sinceramente.
– Onde vocês estavam?
Chloe se endireitou e se sentou no chão cruzando
as pernas como um índio.
– Fomos para a linha de frente tentar evitar os
meteoros de Deimos, na frente de Caronte. Eu estava com muita adrenalina então
nem percebi a burrice que fiz em deixar você ir para o Castelo sozinho e
permitir Austin subir em Caronte para lutar.
– Você o permitiu?
– Ele veio pedir para fazer algo útil na vida
dele, e eu disse sim. A culpa toda é minha – ela olhou para seus dedos dos pés,
refletindo. Imaginei que a cena estaria passando em sua mente – Ele parecia
aterrorizado.
– Órion e seus irmãos estavam lá – falei – Eu os
vi.
Chloe abriu a boca em surpresa.
– Você acha que Deimos está recrutando
constelações para lutar ao lado do Imperador? – perguntei.
– Sim – respondeu ela friamente.
– Órion é uma delas?
– Não. Eles são muito tradicionais, nunca
deixariam a Via Láctea ou nunca a trairiam, porém agora estou curiosa, o que
eles estavam fazendo lá?
– Não faço ideia – respondi e realmente não
fazia.
A porta abriu e Brandon saiu com um sorriso de
canto a canto segurando um microfone. Ele parecia revigorado, como se tivesse
tomado um banho muito relaxante ou dormido por mais de oito horas em uma noite.
– E aí? – perguntei me apoiando na parede para
me erguer.
Ele não respondeu imediatamente. Pigarreou e
começou a dizer com uma voz diferente que não era a do Brandon, o príncipe
rebelde, mas sim de outro Brandon, um que seria um Rei um dia.
– Cidadãos de Mercúrio! Eu, Brandon, príncipe e
representante de Plutão, clamo por sua atenção. A partir de hoje, este Planeta
é livre. Falo em nome do Imperador e ele se desculpa por toda a opressão que o
mesmo e Andrômeda causaram a vocês. Os habitantes deste lindo Planeta estão
agora livres de impostos, auto alistamento e reclusão. Sejam livres. Construam
uma nova nação.
Se eu não tivesse segurando na parede, teria
caído com certeza. Ele havia mexido com coisas que não deveríamos nem por a mão. Minha expressão e a de Chloe eram
de espanto misturado com medo misturado com surpresa. Eu estava pasmo.
Ele desligou o microfone e começamos a gritar
com ele.
– Você está louco! – disse Chloe.
– O Imperador virá atrás de você! – alertei.
– Não estou acreditando!
– Não éramos para ter feito isso!
– Enquanto nós evitamos uma guerra com o
Imperador, você apressa uma! Dou segundos para essa notícia chegar a Andrômeda
e eles marcharem até nós. Será nosso fim – berrou Chloe.
– E se isso tudo estiver escrito? – rebateu
Brandon – Eu acredito fielmente a tudo o que as anotações dizem.
– Até porque noventa por cento delas estão
codificadas – respondeu Chloe com desdém.
– Esqueçam Andrômeda, esqueça o Imperador – eu
disse e os dois viraram os seus rostos com expressões que eu não queria ver
novamente – Precisamos ir para Lua impedir Deimos, não?
Os dois concordaram.
Corremos novamente até a saída do prédio e me
arrepiei. O céu estava cinza em vez daquela cor azul-escuro normal. Eu não via
nenhuma estrela. O sol, se escondia em algum local que não irradiava luz para
nenhum local.
Chloe agarrou o braço de Brandon quando olhou
para sua esquerda. Virei-me rapidamente e vi a Terra, enorme, fazendo seus
movimentos normalmente. Mas o que me assustou foi o ponto vermelho que estava
em cima dela, orbitando-a.
A lua.
– O q-q-que é i-isso? – eu gaguejei falando.
Brandon saiu correndo para a nave abrindo a
porta desesperadamente. Chloe fez o mesmo correndo como se sua vida dependesse
disso. Mas de fato, não era a vida dela que dependia disso naquele momento, mas
sim a de outra pessoa.
– Isso é
a Lua Vermelha, Peter – disse Chloe correndo – Sky está em perigo!
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